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Há dois anos no Brasil, imigrante haitiana faz planos para o futuro.




 Apesar da crise instalada ela pretende ficar em Rio do Sul e concluir o curso de graduação.

Em busca de uma vida melhor, muitos haitianos resolveram deixar o país de origem a procura de oportunidades e melhores condições de vida no Brasil. Rokebed Jean Louis, 19, está em Rio do Sul há dois anos. Ela conta que primeiramente veio o pai, depois de sete meses, após receber o visto de permanência, veio junto com a mãe e o irmão.

Após concluir o ensino médio em 2014, o gosto pela matemática fez a estudante optar pelo curso de ciências contábeis no Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí, Unidavi. Além do curso superior durante a semana, aos sábados ela se dedica ao curso de informática. De acordo com a estudante, os motivos que levaram a família migrar para o Brasil foram os problemas que enfrentavam no Haiti, com a instabilidade e crise política, guerras e principalmente, com a situação em que ficou o país após o terremoto ocorrido em janeiro de 2010.

No momento em que aconteceu o terremoto Rokebed estava em uma farmácia com seu irmão, quando sentiu a terra começar a tremer. “Todos correram para um pátio, chorávamos muito, muitas construções caíram e muitas pessoas morreram”, relata. A mãe que estava no centro ficou desaparecida por cerca de três horas até ser encontrada. A casa onde moravam, em Porto Príncipe, foi atingida e ficou destruída. A família ficou abrigada por um tempo em uma escola, junto com outros afetados.

Antes de vir para o Brasil o pai era diretor em uma escola, a mãe trabalhava como enfermeira. Atualmente só o pai está trabalhando. Ela conta que com a crise está mais difícil conseguir emprego. Mesmo assim, destaca que as condições de vida na região são melhores, e não voltaria a morar no Haiti. Para amenizar a saudade dos parentes e amigos que ficaram ela mantem contato através da internet, e pretende visitá-los quando for possível.

Apesar das diferenças culturais entre os países, a Jovem diz se adaptar bem a cidade e também destaca que não sofreu nenhum tipo de preconceito. Para ela a maior dificuldade está na comunicação. Falar o português se torna difícil, já que no Haiti o idioma mais comum é o francês e o crioulo. “Eu entendo o que vocês falam, mas não consigo falar fluentemente”, explica. Outra característica que chama a atenção da imigrante na cidade é a diferença na comida e nas danças. Um dos objetivos agora é concluir o curso de graduação e futuramente realizar o sonho de abrir o próprio negócio, um escritório de contabilidade.
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